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Estiagem em SC: veja como estão as culturas a campo e a previsão do tempo para o próximo trimestre

As chuvas mal distribuídas e o calor intenso registrados entre janeiro e março de 2025 têm afetado municípios das regiões Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina, provocando um cenário de estiagem. Diante dos impactos potenciais para a agricultura e a pecuária, a Epagri iniciou um levantamento de perdas, em colaboração com entidades parceiras nos municípios, com o objetivo de coletar dados que subsidiem as estimativas de danos. Essas informações são utilizadas pelas prefeituras municipais para embasar a declaração de estado de emergência, além de fornecer orientações técnicas para mitigar os impactos.

A dificuldade maior está relacionada ao abastecimento de água, tanto para consumo humano quanto animal (Foto: Luís Dorneles Lopes/Epagri)

Conforme o setor de meteorologia da Epagri/Ciram, as massas de ar quente durante o verão de 2025 foram persistentes e intensas, provocando ondas de calor no Sul do Brasil. Em Santa Catarina, esse ar quente impediu a chegada de um dos sistemas meteorológicos responsáveis pela chuva em larga escala: as frentes frias, que neste verão se deslocaram mais para o sul, atingindo o Uruguai e o Rio Grande do Sul.

“A maior parte da chuva ocorreu em forma de pancadas isoladas no final da tarde e à noite, características típicas da estação. A distribuição da precipitação foi desigual, com a escassez mais acentuada especialmente do Extremo Oeste ao Meio-Oeste”, explica a meteorologista Marilene de Lima.

 

Municípios afetados

De acordo com o setor de hidrologia da Epagri/Ciram, 16 municípios de Santa Catarina enfrentam seca moderada até o momento: Barra Bonita, Bandeirante, Belmonte, Guaraciaba, Itapiranga, Paraíso, Passo de Torres, Piratuba, Princesa, Romelândia, Santa Helena, Santiago do Sul, São João do Oeste, São João do Sul, Tunápolis e Xanxerê. Apenas Passo de Torres e São João do Sul não estão localizados nas regiões Oeste e Meio-Oeste.

Em relação ao nível dos rios, a Epagri/Ciram aponta estiagem nos corpos d’água de Guaraciaba, Mondaí, Saudades, Tangará, Concórdia e Santo Amaro da Imperatriz. A situação é mais grave nos rios de Guaraciaba, Tangará e Concórdia.“Esse fenômeno hidrológico se agrava devido às altas temperaturas nessas regiões. As altas temperaturas aumentam a evaporação da água no solo e a transpiração das plantas”, explica o pesquisador em hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Xavier de Miranda Junior.

 

Culturas afetadas

Segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa), a falta de chuvas não afetou a safra de verão, como é o caso do milho e da soja 1ª safra, que está em fase de colheita. No entanto, lavouras como a soja, o milho e o  feijão 2ª safra estão sendo afetadas, com uma possível redução na produtividade caso a estiagem persista.

Grãos

Segundo dados do monitoramento de safras realizado pela Epagri/Cepa, cerca de 62% da área plantada com feijão 2ª safra em Santa Catarina estão em desenvolvimento vegetativo. Para 86% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 7% médias e 7% ruins. “Devido à falta de chuva, a produtividade estimada deverá cair significativamente, bem abaixo dos 1,8 mil kg/ha esperados antes do agravamento da estiagem”, afirma o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, João Alves.

As lavouras de milho 2º safra estão sofrendo com estresse hídrico,e estima-se queda na produtividade (Foto: Jacob Kafer/Epagri)

No caso do milho 2ª safra, João Alves relata que na microrregião de Concórdia muitas lavouras foram perdidas devido ao excesso de calor e à falta de umidade. Já nas microrregiões de Chapecó e São Miguel do Oeste, as lavouras em fase de desenvolvimento e florescimento estão sofrendo com estresse hídrico, e estima-se queda na produtividade. 

Em todo estado, cerca de 62% da área plantada com milho 2ª safra está em desenvolvimento vegetativo e as condições das lavouras estão ficando piores na medida em que a estiagem avança. Até o final da primeira quinzena de março, em 71% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 21% médias e 8% ruins.

A produtividade estimada do feijão 2ª safra deverá cair significativamente, bem abaixo dos 1,8 mil kg/ha esperados antes do agravamento da estiagem (Foto: Jacob Kafer/Epagri)

Com relação à soja 2ª safra, as poucas chuvas ocorridas desde o início de março não foram suficientes para garantir o bom desenvolvimento da cultura. Na microrregião de Chapecó, em função da estiagem, a produtividade estimada está em torno de 2,7 mil kg/ha. Em cerca de 72% da área plantada desse grão no estado, as plantas estão em desenvolvimento vegetativo e 27% em fase de floração. Em relação às condições de lavoura, até o momento, em 86% da área plantada, as lavouras são consideradas boas, 9% médias e 5% ruins.

Pecuária

As pastagens também estão sendo impactadas pela falta de água, o que, somado ao estresse térmico dos animais, pode prejudicar a produção e a reprodução tanto de bovinos leiteiros quanto de corte. “Isso pode aumentar os custos de produção devido à necessidade de uma maior suplementação com silagem e concentrados”, explica Sidinei Weirich, extensionista rural do Departamento Estadual de Extensão Rural e Pesqueira da Epagri (DERP).

Ele também destaca a atual dificuldade relacionada ao abastecimento de água, tanto para consumo humano quanto animal. “Cerca de 400 propriedades já foram atendidas pelas prefeituras municipais com água para dessedentação animal, e 200 para consumo humano”, informa o extensionista.

Sidinei também observa que os pecuaristas que seguem o sistema recomendado pela Epagri, com pastagens perenes de verão, estão enfrentando menos dificuldades com a falta de forragem para os bovinos. “Agricultores que adotam boas práticas de manejo do solo, como o uso de palhada, plantas de cobertura e terraços, estão conseguindo manter suas culturas menos impactadas pela seca”, afirma.

 

Abril deve chover pouco no Oeste Catarinense

média climática de chuvas em abril apresenta uma redução em relação aos meses de verão, variando entre 130 e 190 mm nas regiões Oeste e Meio-Oeste de Santa Catarina. De acordo com a Epagri/Ciram, em abril de 2025, a precipitação no Oeste Catarinense deve ficar abaixo da média histórica, com períodos de chuva alternando com dias mais secos. Nas demais regiões do estado, a chuva se mantém próxima da média, com registros pontuais acima da média no litoral. Para os meses de maio e junho, a previsão indica chuvas dentro da média em todo o estado.

Em relação às temperaturas, espera-se que, de abril a maio, as temperaturas fiquem acima da média climatológica. Embora a tendência seja de dias mais quentes que o comum para a época, episódios de frio mais intenso são previstos para o Sul do Brasil, especialmente em maio, com noites e madrugadas de temperaturas significativamente mais baixas e formação de geada, principalmente do Extremo Oeste ao Planalto. 

Pecuária é destaque no agronegócio catarinense em 2024

A pecuária é o principal segmento do agronegócio catarinense, representando 60% do Valor de Produção Agropecuária (VPA). Esses dados fazem parte da publicação “Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina”, lançada na manhã desta quinta-feira, 26, em evento online promovido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa).  O lançamento foi transmitido pelo canal da Epagri on-line no youtube e contou com a presença do presidente da Epagri, Dirceu Leite, e do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.

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Epagri de Lages estuda o uso do bagaço da maçã na pecuária de corte

Alimentação saudável para o gado, a correta destinação de resíduos prejudiciais à natureza e a possibilidade de ganhos financeiros para fornecedor e consumidor. O bagaço da maçã apresenta-se como uma alternativa para a pecuária de corte, e a viabilidade é estudada na Epagri.

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SC registra em 2024 recordes na exportação de carnes de frango e suína

 
Santa Catarina manteve em 2024 sua relevância no cenário agropecuário nacional, enfrentando oscilações de preços, desafios climáticos e mudanças de mercado em diversas culturas. Nos grãos, como arroz, feijão, trigo, milho e soja, destacou-se o aumento de produtividade em algumas lavouras, apesar de quedas na área plantada de outras. Hortaliças como alho e cebola enfrentaram impacto de preços e oferta elevada, enquanto a pecuária registrou recordes em exportações de carne de frango e suína, além de avanços na produção de leite. Outras culturas, como o tabaco, apontaram recuperação na produção para 2024/25, refletindo a resiliência e a adaptabilidade do setor agrícola catarinense.

 

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AgTech Day 2024 destaca soluções tecnológicas e inovadoras para o agronegócio

O agronegócio passa por um momento de transformação tecnológica no Brasil, acompanhando tendências de um mercado que exige precisão e previsibilidade. A conexão entre empresas públicas e privadas, governos e associações do setor é vital para garantir o crescimento sustentável. Com o objetivo de promover o encontro dos diferentes atores em prol da tecnologia e da inovação, ocorreu nesta quinta-feira (07) a 4ª edição do AgTech Day, que pela primeira vez foi realizada presencialmente, em Florianópolis (SC).

 

O AgTech Day tem a realização da Vertical AgTech da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR). O patrocínio é da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), da empresa FazendaCheia, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O evento também conta com o apoio do Sebrae Startups, Snash e Epagri. A OCP Brasil é mantenedora da Vertical AgTech Acate.

Esta foi a 4ª edição, a primeira em formato híbrido, otimizando ainda mais as oportunidades de conexão. O roteiro incluiu conteúdos, competição de pitches de empresas e avaliação de investidores do agronegócio. O diretor da Vertical AgTech da Acate, Valder Zacarkim, destacou que a chave do desenvolvimento é o ecossistema: “Não dá para fazer tecnologia para o agro sem pisar no barro, então, a chave deste evento é oportunizar o encontro entre empreendedores do agro, de tecnologia e autoridades que estão querendo transformar e trazer para quem está no campo novas ideias e oportunidades de solução”.

Soluções tecnológicas são discutidas em evento que conecta governo, empresas e associações
Fotos: Divulgação/Acate

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, iniciativas como o AgTech Day conectam o agro às inovações tecnológicas. “É muito importante alinharmos a realidade do agro com as inovações tecnológicas e juntarmos os esforços para que as novas soluções cheguem ao campo, com mais oportunidades de renda e estímulos para permanência no meio rural. Também precisamos utilizar a tecnologia para projetos de informação que municiem a tomada de decisões. Por tudo isso, buscamos fomentar esses debates e políticas públicas voltadas à modernização no campo”, afirma Colatto.

Em termos de conteúdo, o evento contou com palestras sobre Inteligência Artificial no campo, com os painelistas Aster Santana, da MipWise, e Ederson Almeida, da Gáutica. A conversa sobre inovação no campo incluiu as falas de Ademir Bazzotti, da OCP, e Gabriel Nunes, da Revella. Na mesa Conexão Epagri, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina apresentou soluções como o Colmeia Segura e o Repelente de Insetos Sustentável, desenvolvidos dentro da instituição.

Programação contou com palestra sobre inteligência artificial no campo

Pitches e premiações

A apresentação dos pitches foi conduzida por Cintia Zanuzzi, da Vertical AgTech. A banca de avaliadores contou com Rebecca Aguiar, da SP Ventures; Fábio Ferrari, diretor do ACATE Invest; Paulo Ozzack, superintendente da AgriHub; e Cassio Wilbert, analista da Diretoria de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia da Embrapa. Nesta edição, as empresas que apresentaram os pitches foram WIER Plasma Frio e Ozônio, Global Drones Agrosmart, Vaca Roxa, Florest.IA. O Grupo de Fruticultura do CAV-Udesc (Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina) e a Pollis, iniciativa de alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), representaram a academia.

Na premiação, o prêmio “Fora da Porteira” foi conquistado pela WIER Plasma e Ozônio. Na categoria “Dentro da Porteira”, a Vaca Roxa foi a vencedora, e na categoria ICT, a Pollis recebeu o reconhecimento.

Por: Acate

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Setembro regista alta nos preços pagos aos produtores catarinenses de grãos e de carnes

Boletim Agropecuário de outubro mostra que os preços pagos aos produtores catarinenses de feijão, trigo, soja e carnes tiveram alta em setembro. De acordo com o monitoramento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), os melhores resultados foram para o feijão-preto, que teve um crescimento de 25,05% em relação ao mês anterior, e para o  trigo, que registrou alta e 17,28% comparado a setembro do ano anterior.

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Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina – 2022-2023

A análise mostra que o VPA catarinense de 2023 alcançou o recorde de R$64,3 bilhões. Houve um crescimento nominal de 6,6% sobre o VPA de 2022, de R$60,3 bilhões, que era o recorde anterior. Em termos de composição, a produção animal é o grande destaque na formação do VPA. Em 2023, apenas a soma do valor da participação da produção de suínos para abate (20,2%), de frangos para abate (16,4%), de leite (12,3%) e de bovinos para abate (3,7%) representou 52,6% do VPA estadual. Na produção agrícola, o principal destaque é a soja, com um valor de produção maior que R$ 7,0 bilhões, inferior apenas aos valores da produção de suínos, de frangos e de leite. No caso do mercado internacional, a análise mostra que, em 2023, o agronegócio alcançou o segundo melhor desempenho da história. O valor exportado, de US$ 7,49 bilhões, é superado apenas pelos US$ 7,74 bilhões de 2022. Com isso, o agro respondeu por 64,7% dos US$ 11,58 bilhões gerados pelas exportações totais de Santa Catarina. O setor também foi responsável por 4,5% dos US$165,45 bilhões exportados pelo agro brasileiro. Além dessa breve análise sobre o desempenho recente do valor da produção agropecuária (VPA) e das exportações do agronegócio estadual, este documento disponibiliza dados, informações e conhecimentos sobre a utilização do crédito rural por agricultores e cooperativas e sobre o desempenho produtivo e mercadológico das principais cadeias produtivas dos setores agrícola, pecuário, florestal e aquícola de Santa Catarina. publicação na integra

Santa Catarina bate recorde na exportação de carnes em 2023

Com o embarque de 1,85 milhão de toneladas de carnes e receitas que chegaram a US$ 4,022 bilhões, Santa Catarina bateu o recorde na exportação de carnes em 2023. São consideradas, no cálculo, o comércio de carnes de todas as espécies produzidas para essa finalidade no Estado (frangos, suínos, perus, patos e marrecos, bovinos, entre outras). Esse desempenho supera os totais de quantidade e receita registrados na série histórica desde 1997. No comparativo com o acumulado do ano anterior, a alta em 2023 foi de 8,6% na quantidade exportada e de 5,3% na receita. Continue reading “Santa Catarina bate recorde na exportação de carnes em 2023”

SC registra alta de 21,1% na exportação de carne suína em novembro

Santa Catarina exportou 56,8 mil toneladas de carne suína in natura, industrializada e miúdos em novembro deste ano. Isso significa uma alta de 21,1% em relação aos embarques do mês anterior e de 12,1% na comparação com novembro de 2022. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e sistematizados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Mensalmente, os dados detalhados sobre as exportações e importações catarinenses são atualizados aqui no Observatório, na área temática de Comércio Exterior. Continue reading “SC registra alta de 21,1% na exportação de carne suína em novembro”

Quais as perspectivas para a pecuária leiteira catarinense?

Depois de oito meses com importações de leite superiores a 2022, no mês de setembro Santa Catarina registrou, pela primeira vez no ano, quantidade importada menor do que no mesmo mês do ano passado. Mas será que essa é uma tendência para o setor?  Continue reading “Quais as perspectivas para a pecuária leiteira catarinense?”

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