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16/12/2024 | Produção Agropecuária

Boletim Agropecuário – Dezembro/2024: Destaques para Arroz, Feijão, Trigo, Milho, Soja e Outros

O Boletim Agropecuário de Santa Catarina apresenta uma análise detalhada do desempenho dos principais produtos agrícolas do estado, como arroz, feijão, trigo, milho, soja, alho, cebola, maçã, bovinos, frangos, suínos e leite, destacando as principais tendências de mercado, produção e preços. Por Observatório Agro Catarinense

O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), unidade de pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), tem a satisfação de disponibilizar o Boletim Agropecuário on-line.  Ele reúne as informações conjunturais de alguns dos principais produtos agropecuários do estado de Santa Catarina. O objetivo deste documento é apresentar, de forma sucinta, as principais informações conjunturais referentes ao desenvolvimento das safras, da produção e dos mercados para os produtos selecionados.

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Grãos

Arroz

Os preços do arroz em casca no mês de novembro e primeiro decêndio de dezembro continuaram tendência de queda iniciada no final de outubro. Com a finalização do plantio e o desempenho das lavouras que tem apontado para uma safra boa, os preços passaram a cair em novembro e mantiveram essa trajetória em dezembro, apesar deste ser um comportamento atípico para o período do ano. No que tange o comércio internacional de arroz, nota-se que de janeiro a novembro de 2024 foi exportado o equivalente a US$3,586 milhões. Do lado das importações, de janeiro a novembro de 2024 o valor foi 25,93% maior do que o observado no mesmo período de 2023. Entre as explicações para tal comportamento destaca-se a menor oferta interna, resultante de problemas na safra enfrentados pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O plantio da safra catarinense de arroz do ciclo 2024/25 encontra-se encerrado em todas as regiões do estado, confirmando uma área de aproximadamente 145 mil hectares. De maneira geral, a maioria das lavouras encontra-se nas fases de emergência e estabelecimento inicial, condizente com o esperado para a cultura neste período do ano, e majoritariamente em condição boa (95%).

 

Feijão

No mês de novembro, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca recuou novamente, a variação mensal foi negativa em 2,21%. Para o feijão-preto, o preço médio também recuou 9,52%. Na comparação com novembro de 2023, o preço médio da saca de feijão-preto está 1,24% mais alto. Para o feijão-carioca, foi registrado uma redução de 10,05% na variação anual.

Durante o mês de novembro, as condições das lavouras não foram tão favoráveis como no mês anterior em função do excesso de chuvas (85% boa, 13% média, 2% ruim). Cerca de 85% da área destinada ao cultivo de feijão 1ª safra já foi semeada, sendo esperado um aumento de 11% na produtividade média e 19% na produção, assim, deverá ser colhido aproximadamente 57 mil toneladas de feijão. Desse total, 41 mil toneladas deverão ser do tipo feijão-preto, e 16 mil toneladas do tipo feijão-carioca.

 

Trigo

Em novembro, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses de trigo teve mais uma redução, nesse mês foi registrado variação negativa de 1,90%. Na variação anual, em termos reais, ainda temos números positivos com uma alta de 8,91%. A colheita de trigo no estado está tecnicamente encerrada, até o último dia 30 de novembro 98% das áreas destinadas ao cultivo do cereal já haviam sido colhidas. O destaque dessa temporada é a qualidade do produto colhido, segundo os relatos de nossos agentes de mercado, o PH 78 foi o mais comum nessa safra, fator que deve resultar numa boa rentabilidade aos produtores.

De acordo com o monitoramento da safra de trigo, a área plantada estimada é de pouco mais de 122,7 mil hectares, redução de 10,8% em relação à safra passada. Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 38%, chegando a aproximadamente 424,5 mil toneladas. Nessa safra, tivemos uma boa recuperação na produtividade média estadual, que passou de 2.237kg/ha, obtidos na safra 2023, para 3.460kg/ha em 2024. 

 

Milho

Em novembro, o preço médio mensal pago ao produtor em Santa Catarina apresentou alta significativa nas cotações, de 8,3% em relação ao mês anterior. Nos primeiros 10 dias de dezembro, a cotação média estadual ultrapassou os R$68,00/sc e indica a continuidade de elevação dos preços no mês. Os preços refletem a maior demanda interna pelo cereal, a entressafra no Brasil e a concorrência com as exportações. Além de fatores do mercado externo, como a redução dos estoques mundiais e maiores exportações pelos EUA. Para a primeira safra, a área de cultivo diminuiu 11,3% em comparação com a safra passada. Apesar da redução da área de cultivo, é previsto um aumento da produção em função da expectativa do incremento da produtividade média de aproximadamente 25% na safra atual, alcançando a produtividade em 8.523kg/ha. Com isso a produção estimada está em 2,23 milhões de toneladas no estado. 

 

Soja

No mês de novembro, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram alta de 2,4% em relação ao mês anterior. No entanto, no início de dezembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de novembro, é possível perceber movimento baixa de 0,5% .O fator de destaque no relatório do USDA de dezembro foi a revisão da produção mundial de soja, de 394,8 milhões de toneladas (MT) na safra 2023/24 para 427,1 MT, estimativa atual da safra 2024/25. Na atual safra de 2024/25, os levantamentos realizados pela Epagri/Cepa apontam para um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente, a expectativa é um incremento de 8,56%, chegando a 3.743kg/ha, com isso, é esperado um aumento de 10,8% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de soja 1ª safra.

 

Hortaliças

Alho

No mês de novembro os preços do alho se mantiveram estáveis nas principais centrais de abastecimento. O  preço médio para o alho, classes 4-5 foi foi de  R$21,53/kg e os classes 6-7 a R$25,50/kg.O preço médio ao produtor, do alho classes 4-5, no mercado catarinense no mês foi de R$17,00/kg, aumento de 3,65% em relação ao mês de setembro 

A safra 2024/25 está na fase final de desenvolvimento, sendo 75 % colhida e 25% em estágio de maturação. A condição da lavoura é considerada 95% como boa e 5% média.

No mês de novembro, foram importadas 6,38 mil toneladas de alho, quantidade 19,92% maior que no mesmo mês do ano passado. De janeiro a novembro, as importações foram de 126,66 mil toneladas, um aumento de 21,6 % em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de 98,91 mil toneladas.

 

Cebola

Levantamento junto aos parceiros informantes da Epagri/Cepa indicaram preço referencial de R$19,15/sc de 20kg preço abaixo do custo médio que gira em torno de R$1,67/kg.

A estimativa de produção para a safra é de 554,95 mil toneladas com mercado com oferta elevada no momento.

Com oferta da hortaliça elevada e a entrada da produção do Paraná desde o início de novembro, os preços no atacado passaram para R$48,67/sc, redução de 9,02% em relação ao preço médio de novembro que foi de R$53,50/sc/20 kg..

Em Santa Catarina, 41% da área plantada foi colhida. A condição da lavoura é de 83% boa e 13% é considerada média e 4 % é considerada ruim. A estimativa atual de produção é de 554,9 mil toneladas. 

 

Fruticultura

Maçã

O mercado da maçã em Santa Catarina e no Brasil apresenta escalonamento para escoar as frutas da safra 2023/24 nas classificadoras. Entre outubro e novembro de 2024, o preço médio das maçãs no atacado de Santa Catarina obteve desvalorização, devido a qualidade e concorrência de frutas importadas com cotações competitivas no mercado. 

Entre janeiro e novembro de 2024, as exportações brasileiras de maçã estão com volume 72,0% menor que o do ano anterior para o período devido a redução de na quantidade produzida da fruta na safra 2023/24; e as importações brasileiras de maçã estão com volume 37,7% maiores que o do ano anterior para o período. Já as exportações brasileiras de suco de maçã, entre janeiro  e novembro de 2024, estão com volume 41,6% menor que o do ano anterior para o período. 

A expectativa da safra 2024/25, em relação à anterior, é de recuperação de 45,5% na produção estadual, mas com possibilidade de redução na estimativa. Para a maçã Fuji, com 54,4% da produção estimada, é prevista recuperação de 54% em relação à safra anterior. Na maçã Gala, com 44% da produção estimada, há expectativa de recuperação de 38,8% em comparação ao ciclo 2023/24. Nas maçãs precoces, com 1,6% da produção estimada, é previsto aumento de 4,3% em relação à safra anterior.

 

Pecuária

Bovinos

Depois de três meses de altas expressivas nos preços do boi gordo, nas primeiras semanas de dezembro observou-se uma desaceleração desse movimento, inclusive com pequenas variações negativas em alguns importantes estados produtores. Contudo, o cenário predominante ainda é de alta, mas com perspectiva de que nos próximos meses se atinja uma relativa estabilidade.

Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo atingiu R$ 322,28 em meados deste mês, alta de 6,0% em relação ao mês anterior e de 28,9% na comparação com dezembro de 2023. 

De acordo com os dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), de janeiro a novembro deste ano foram produzidos e abatidos no estado cerca de  611 mil cabeças, alta de 10,4% em relação aos abates do mesmo período de 2023. 

 

Frangos

Santa Catarina exportou 105,3 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em novembro queda de 0,2% em relação aos embarques do mês anterior, mas alta de 15,2% na comparação com os de novembro de 2023. As receitas foram de US$ 212,3 milhões queda de 0,2% em relação às do mês anterior, mas crescimento de 23,0% na comparação com as de novembro de 2023. 

De janeiro a novembro, Santa Catarina exportou 1,07 milhão de toneladas, com receitas de US$ 2,09 bilhões altas de 7,4% e de 0,4% em receitas, respectivamente, quando comparado com os valores acumulados no mesmo período de 2023.

A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva na comparação entre o acumulado deste ano e o mesmo período de 2023, com destaque para o Japão (crescimento de 36,6% em quantidade e 16,1% em valor), que atualmente responde por 12,5% das exportações catarinenses deste produto. 

 

Suínos

Santa Catarina exportou 62,5 mil toneladas de carne suína em novembro, queda de 8,0% em relação ao montante do mês anterior, mas alta de 10,1% na comparação com os embarques de novembro de 2023. As receitas foram de US$ 155,5 milhões, queda de 8,2% na comparação com as do mês anterior, mas alta de 22,3% em relação às de novembro de 2023. As variações negativas observadas em novembro são, em grande medida, explicadas pelo fato de que em outubro registrou-se o segundo melhor resultado mensal da série histórica. Além disso, vale destacar que os valores do mês passado representam o terceiro melhor resultado da série em termos de receitas e o quarto em termos de volume.

De janeiro a novembro, o estado exportou 657,8 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$ 1,54 bilhão altas de 10,5% e de 7,8%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 56,4% das receitas e por 54,8% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano. 

 

Leite

No período de janeiro a setembro de 2024, a quantidade de leite cru adquirida pelas indústrias no Brasil foi 1,6% maior que a do mesmo período de 2023. Nos seis estados de maior produção, houve aumento em MG, PR, SC, estabilidade em GO e queda no RS e SP. SC segue crescendo acima da média brasileira. Acumulando 2023 e 2024, o aumento da quantidade recebida pelas indústrias do estado é de quase 9,5%.

De 2023 para 2024 houve crescimento da participação das importações na oferta total de leite. Até setembro representaram 8,4% e em 2023 representaram 8,1%. Essa participação é a maior dos anos recentes, mas ainda muito abaixo da de anos da década de 1990, quando chegou a superar 15%. 

Pelos dados preliminares dos levantamentos da Epagri/Cepa, em dezembro, o preço médio aos produtores deve ficar em R$2,56/litro, 19 centavos abaixo do preço médio de novembro. De qualquer maneira, em Santa Catarina, 2024 fechará com produção, preço médio e rentabilidade maiores do 2023.

Acesse o Boletim Agropecuário , e leia o conteúdo da integra.

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