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Práticas disseminadas pela Epagri reduzem em até 30% emissão de metano na rizicultura catarinense

Estimativas baseadas no modelo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que as práticas disseminadas pela Epagri e adotadas pelos produtores rurais reduziram entre 20% e 30% a emissão de gás metano na produção de arroz em Santa Catarina nos últimos anos. Assim, esta cadeia produtiva catarinense já atinge a meta estabelecida mundialmente durante a COP 26, de reduzir em 30% as emissões de metano até 2030. Mas esse resultado não veio de uma hora para outra. Reflete duas décadas de trabalho executado pela pesquisa e extensão da Epagri. 

Arroz cultivado em áreas alagadas é o segundo maior emissor de gases do efeito estufa na agricultura (Fotos: Aires Mariga / Epagri)

O arroz cultivado em áreas alagadas é o segundo maior emissor de gases do efeito estufa (GEE) na agricultura, perdendo somente para a pecuária. O metano, emitido por essa cadeia produtiva, é um dos gases causadores do efeito estufa, juntamente com óxido nitroso e dióxido de carbono. 

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz irrigado do Brasil e líder nacional em produtividade. Segundo a Epagri/Cepa, o Estado produziu 1,16 milhão de toneladas do grão na safra 2023/24. Na safra 2024/25 este volume deve chegar a 1,269 milhão de toneladas.

Marcos Lima Campos do Vale é pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Itajaí (EEI) e o atual responsável pelo levantamento das informações que abastecem o Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa. Os dados catarinenses são utilizados para a produção das estimativas associadas ao subsetor Cultivo do Arroz do inventário, coordenado pela pesquisadora Walkyria Bueno Scivittaro, da Embrapa Clima Temperado. Segundo o pesquisador, a redução das emissões de metano pelas lavouras de arroz no Estado se deve a duas práticas disseminadas pela Epagri e adotadas pelos rizicultores catarinenses.

Manejo precoce da palha do arroz

Marcos explica que o metano se forma na decomposição dos restos vegetais após o alagamento da quadra. Quanto maior o volume de material vegetal presente na área no momento do preparo do solo para a semeadura, maior é a quantidade de gás metano produzido. Por isso, uma das recomendações aos produtores é adotar o manejo precoce da palha do arroz no período de entressafra. 

A prática consiste em fazer a incorporação da palhada do arroz assim que termina a colheita. Uma vez incorporada, a palhada se decompõe mais rapidamente. Desta forma, ela não vai contribuir para a emissão de metano na próxima safra, quando a quadra de arroz for novamente alagada. 

Com base no modelo do IPCC, estima-se que a prática promova uma redução de cerca de 50% nas emissões de metano, em comparação ao manejo com incorporação da palha apenas no preparo do solo antes da semeadura. Além de colaborar com a redução da emissão de metano, o manejo precoce da palha promove outras melhorias na lavoura de arroz, que aumentam a produtividade do grão. 

Segundo o pesquisador, essa prática de cultivo vem sendo incentivada pela Epagri há mais de uma década. Contudo, a expansão de sua adoção foi mais perceptível nos últimos cinco anos. Isso é resultado de sua priorização nas campanhas de extensão, com ampliação de sua abordagem nos eventos de difusão nos quais a Epagri esteve presente. O pesquisador calcula que, atualmente, pelo menos 70% dos rizicultores catarinenses adotem o manejo precoce da palha do arroz. 

Drenagem da quadra

Outra prática que diminui a emissão de metano nas quadras de arroz é a adoção da drenagem da quadra do arroz. Ela deve ser feita entre 50 e 60 dias após o início do plantio. A prática consiste na retirada total da água da quadra, mantendo essa condição por cerca de sete dias, até novo alagamento. 

De acordo com Marcos, diversas pesquisas realizadas no Brasil mostram que as emissões de metano pelo arroz ficam mais intensas cerca de duas a três semanas a partir do início do alagamento, com o pico de emissão ocorrendo no período entre 60 e 80 dias. A adoção da prática tem como principal objetivo fazer com que o tempo de alagamento seja inferior ao pico de emissão, reduzindo o total de metano emitido pelo arroz. 

Em recente missão aos Estados Unidos, profissionais da Epagri perceberam que o apoio às drenagens das quadras de arroz também é uma preocupação naquele país. Uma política pública que oferece US$150,00 por hectare para cada drenagem realizada pelo rizicultor incentiva a prática.

Uma drenagem a mais faz com que o tempo de alagamento seja inferior ao pico de emissão de metano

Cultivares de ciclos precoces e médios

Paralelamente à divulgação das práticas, a Epagri segue desenvolvendo novos cultivares de arroz com ciclos de cultivo precoces e médios, que exigem menos tempo de irrigação. Com base no modelo do IPCC, estima-se que cada dia a mais de alagamento da quadra de arroz promove um aumento de cerca de 1% no total de metano emitido. 

A conta é simples: menos tempo de água na quadra, menos emissão de metano. O desafio é promover um melhoramento genético que resulte em cultivares de ciclos mais curtos, mas que mantenham  os níveis de produtividade dos cultivares de ciclo mais longos, que são os mais utilizados pelos rizicultores catarinenses. 

Um leigo pensaria: não seria mais simples modificar o sistema de produção em Santa Catarina, substituindo o arroz irrigado pelo sequeiro? Marcos tem a resposta na ponta da língua: não. Isso porque o arroz cultivado em terreno alagado é muito mais produtivo, entre outras vantagens que apresenta sobre o cultivo em solo seco. 

Epagri faz estimativas de emissão há 20 anos 

A emissão de metano nas quadras de arroz catarinenses já era motivo de pesquisa da Epagri há mais de 20 anos, desenvolvida pelo pesquisador aposentado Domingos Sávio Eberhardt. Os resultados das pesquisas conduzidas por Domingos compuseram a base de dados utilizada para a definição dos fatores de emissão de metano pelo arroz, que norteiam as estimativas produzidas nos inventários de emissão da cultura no Brasil.

Marcos afirma que, atualmente, o trabalho da Epagri busca uma evolução na qualidade das estimativas produzidas para Santa Catarina. Segundo o pesquisador, essa evolução está relacionada com o método de levantamento da abrangência de adoção das práticas de maior relevância para o cálculo das emissões. Diferente da metodologia anterior, que tinha como base um consenso entre líderes de pesquisa e extensão da Epagri, as novas estimativas serão baseadas em números aferidos a campo, numa parceria entre o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), extensionistas e EEI. 

Mas a Epagri ainda quer mais precisão no levantamento da emissão de metano na rizicultura catarinense. Uma parceria que está sendo construída entre a equipe de pesquisa em sensoriamento da Epagri/Ciram e a EEI já trabalha com a perspectiva de estabelecer um protocolo que pretende mostrar a emissão em tempo real. Para tanto, o grupo vai trabalhar no monitoramento de algumas práticas de manejo da lavoura de arroz a partir de imagens de satélite. Esta informação será utilizada para alimentar o modelo do IPCC para produção das estimativas de emissão de metano. 

 

Por: Gisele Dias, jornalista da Epagri
giseledias@epagri.sc.gov.br

Estudo da Epagri comprova: macroalgas cultivadas em SC são boas captadoras de carbono da atmosfera

Um estudo da Epagri avaliou  a capacidade de as macroalgas Kappaphycus alvarezii, cujo cultivo vem crescendo em Santa Catarina, capturarem carbono (C) da atmosfera através da absorção do dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa. 

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Setembro regista alta nos preços pagos aos produtores catarinenses de grãos e de carnes

Boletim Agropecuário de outubro mostra que os preços pagos aos produtores catarinenses de feijão, trigo, soja e carnes tiveram alta em setembro. De acordo com o monitoramento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), os melhores resultados foram para o feijão-preto, que teve um crescimento de 25,05% em relação ao mês anterior, e para o  trigo, que registrou alta e 17,28% comparado a setembro do ano anterior.

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Exportação de carne de frango apresenta o melhor resultado dos últimos cinco anos em SC

A exportação de carne de frango in natura e industrializada teve o melhor desempenho mensal desde maio de 2019.  Em setembro, Santa Catarina exportou 105,6 mil toneladas de carne de frango, com altas de 25,3% na quantidade exportada e de 32,1% nas receitas em relação a agosto. Na comparação com setembro de 2023, o aumento foi 23,1%  na quantidade e 33,4% no valor exportado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) e disponíveis no Observatório Agro Catarinense.

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Pesquisa do IBGE aponta potencial da produção catarinense de leite e de ovos

A produção catarinense de leite teve aumento de 2,3% em 2023 e se mantém em quarto lugar no país, com 3,2 bilhões de litros no ano. Esse é um dos dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE sobre a produção de origem animal no País, no ano passado. A produção de ovos de galinha e de codorna atingiram recorde na série histórica.  

Santa Catarina mantém como o quarto maior produtor de leite no Brasil (Foto: Divulgação/SAR)

O valor da produção catarinense é o quinto do país, totalizando R$ 8,9 bilhões em 2023 nos produtos de origem animal pesquisados: leite, ovos de galinha e codorna, lã e mel. De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, os dados da pesquisa pecuária evidenciam todo potencial catarinense. “Os nossos produtores e toda cadeia produtiva tem compromisso com a qualidade e sanidade dos produtos, por isso somos referência no mercado interno e nossos produtos chegam a mais de 130 países”, destaca Colatto.

No ano passado a produção leiteira nacional atingiu recorde com 35,4 bilhões de litros. Santa Catarina contribuiu para isso com 3,2 bilhões de litros produzidos. O aumento de 2,3% da produção catarinense frente a 2022 superou o dos maiores produtores: Minas Gerais (0,6%), Paraná (2,2%) e Rio Grande do Sul (1%). A produtividade catarinense por vaca ordenhada no ano (3.850 litros) foi a segunda maior do país.

Recorde na produção nacional de ovos

A pesquisa também mensura que Santa Catarina alcançou recorde da série na produção nacional de ovos de galinha em 2023, com um total de 285,1 milhões de dúzias, o crescimento foi de 3,2%.  O valor da produção de ovos cresceu 13,2% e atingiu R$ 1,5 bilhão. Em termos absolutos, foi o avanço mais expressivo entre todos os produtos em Santa Catarina.

A produção de ovos de codorna também atingiu recorde de 35,7 milhões de dúzias. Pela primeira vez, SC subiu para a terceira posição no país, o aumento foi de 28,5%. O valor da produção (R$ 63,5 milhões) teve alta de 56,6% frente ao de 2022.

Conforme a PPM, a produção de mel de abelha permanece como oitava do país, mesmo com a redução de 10,9% frente a 2022.  Santa Catarina corresponde a 6,6% da produção nacional, que é de 64,2 mil toneladas.

Informações à imprensa: 
Andréia Cristina Oliveira
Assessoria de Comunicação / Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária
imprensa@agricultura.sc.gov.br / Fone: (48) 3664-4393

Clima mais favorável deve resultar em boa safra de maçã e banana em 2024/2025

A estimativa, para a fruticultura catarinense, é de uma boa produção na safra 2024/2025, com resultados melhores do que na safra anterior. Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Rogério Goulart Jr., que foi o entrevistado no 19º episódio do Pense Agro, o motivo é o clima. Os pomares de maçã e banana são bastante suscetíveis a eventos climáticos extremos, como temporais, estiagens e vendavais.  Continue reading “Clima mais favorável deve resultar em boa safra de maçã e banana em 2024/2025”

Arrendamento de áreas é o principal componente do custo de produção do arroz em SC

Um levantamento coordenado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) mostra que o principal componente do custo de produção do arroz, em Santa Catarina, voltou a ser o arrendamento de terras. Na safra 2023/2024, cerca de 57,10% da área plantada com o cereal era arrendada ou cultivada em sistema de parceria. Conforme a economista e analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, esse tipo de sistema de produção é comum para a cultura, mas ganhou mais importância nos últimos anos e tem sido um dos responsáveis pelo aumento do custo de produção.  Continue reading “Arrendamento de áreas é o principal componente do custo de produção do arroz em SC”

Safra de grãos 2024/2025 deve ter acréscimo de quase 1 milhão de toneladas na comparação com a anterior

Caso as previsões climáticas se confirmem, a safra catarinense de grãos 2024/2025 deve ter um acréscimo de quase um milhão de toneladas na comparação com a safra anterior. A informação foi repassada pelo analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, em entrevista para o 18º episódio desta temporada do Pense Agro. Continue reading “Safra de grãos 2024/2025 deve ter acréscimo de quase 1 milhão de toneladas na comparação com a anterior”

Boletim Agropecuário de setembro aponta boas condições das lavouras de inverno em SC

Os resultados da safra de inverno 2024/2025 devem apontar uma recuperação significativa da produtividade das lavouras de trigo, alho e cebola, na comparação com a safra anterior. Conforme o monitoramento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), a produtividade média estadual do trigo deve ter um incremento de 59,3%, a de alho 44,43% e a de cebola 39,82%. Os dados foram divulgados no Boletim Agropecuário de setembro, que pode ser acessado no site do Observatório Agro Catarinense, da Epagri e da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SAR).

A produção de trigo, alho e cebola, na safra 2023/2024, foi prejudicada pelas condições climáticas, especialmente o excesso de chuva registrado em Santa Catarina nos meses de setembro e outubro. Com isso, houve uma redução significativa da produtividade, situação que pode ser revertida na safra atual em virtude das previsões climáticas favoráveis. O Boletim Agropecuário é uma publicação mensal da Epagri/Cepa que apresenta os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes:

Trigo

Lavoura de trigo em SC
Cerca de 80% das lavouras de trigo estão em fase de desenvolvimento vegetativo (Fotos: Aires Mariga/Epagri)
 
Em agosto, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses pela saca de trigo teve redução de 0,91% em relação ao praticado em julho. Na comparação da variação anual do preço, em termos reais, foi registrada uma pequena redução de 4,92%. Em todo o Estado, até a última semana de agosto, cerca de 80% da área destinada ao plantio de trigo encontrava-se em fase de desenvolvimento vegetativo e 20% já havia alcançado a fase de florescimento. Com relação à condição das lavouras, em 95% das áreas avaliadas a condição é boa, em 3% a condição é média e em 2% a condição é ruim.

A estimativa atualizada da área plantada é de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra passada. A produtividade média estadual está estimada em 3.563 quilos por hectare, um aumento de 59,3%. Com isso, a produção estadual deverá crescer 40,7%, chegando a 432 mil de toneladas, segundo melhor resultado da série histórica acompanhado no Observatório Agro Catarinense.

 

Alho

Plantação de alho em SC
Área plantada com alho, em SC, reduziu nesta safra

As cotações do alho, no atacado, permaneceram estáveis em agosto, com pequenas oscilações. Nas principais centrais de abastecimento do país, o preço médio mensal foi de R$23,40 por quilo, para os alhos das categorias 4 e 5, e R$27,50 por quilo para as classes 6 e 7. O preço médio pago aos produtores no mês de agosto, em Santa Catarina, foi de 14,00/kg, para os alhos classes 4 e 5, e R$15,00/kg para os alhos das classes 6 e 7. A safra catarinense de alho 2024/2025 foi toda implantada. Do total da área plantada, 97% das lavouras se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo e 3% em bulbificação. De maneira geral, a condição das lavouras é considerada boa.    

 

 

 

 

 

 

 

 

Cebola

Plantação de cebola em SC
Cerca de 94% das lavouras de cebola apresentam boas condições

No mês de agosto, as cotações da cebola tiveram redução ocasionada pela maior oferta interna, especialmente com a hortaliça fornecida pelo Nordeste e a finalização da safra do Cerrado. Nas principais centrais de abastecimento do país, o preço médio mensal ficou em R$99,25 a saca de 20kg. No início de setembro esse preço teve mais uma redução e chegou a R$85,00. O preço médio da cebola, pago ao produtor catarinense em agosto, foi de R$36,00 a saca de 20Kg, o que significa uma redução de 40% em relação ao preço médio registrado no mês de julho. A safra catarinense foi toda implantada e se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo, com 94 % das lavouras em boas condições.

Banana

O mercado de bananas, em Santa Catarina, durante julho e agosto de 2024, foi caracterizado pela valorização de preços com redução na oferta devido a fatores climáticos e fitossanitários. No Litoral Norte catarinense, houve redução na oferta de banana-caturra, entre julho e agosto, devido ao menor desenvolvimento dos cachos pelas condições climáticas, o que levou à valorização nas cotações. A perspectiva é que as cotações sejam afetadas em setembro, com frutas de menor calibre devido ao frio intenso e à falta de chuva no período de desenvolvimento dos cachos nos bananais da região.

No Litoral Sul catarinense, a banana-prata apresentou valorização nas cotações, entre julho e agosto. As chuvas foram esparsas, mas importantes para o desenvolvimento dos cachos nos bananais, com as temperaturas oscilando ao longo das semanas. Em setembro, a expectativa é de valorização nos preços regionais com o aumento da demanda e melhoria na qualidade dos frutos. No comparativo da safra 2024/2025 com a anterior, a estimativa é de crescimento de 16,8% na produção catarinense de banana, com aumento de 13,8% na produtividade média.

Arroz

Os preços do arroz em casca subiram desde abril de 2024, com pico em junho, devido à escassez de oferta interna no período de entressafra e a alta do dólar, que motivou exportações e gera expectativa de aumento nas cotações. No entanto, para a safra 2024/2025, a recuperação da área plantada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pode aumentar a oferta interna e reduzir os preços. Mesmo com a alta do dólar, as exportações caíram 73% entre janeiro e agosto de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já as importações cresceram 54,34%, com Uruguai, Tailândia, Paraguai e Itália como principais parceiros.

Feijão

No mês de agosto, os preços recebidos pelos produtores catarinenses de feijão-carioca tiveram uma redução de 5,58% em comparação ao mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio recebido pelos produtores teve um modesto crescimento de 0,58%. Na comparação dos preços médios mensais de agosto com os praticados nos primeiros 10 dias de setembro, houve uma elevação de 22% nos preços do feijão-preto e de 11% nos preços do feijão-carioca. A estimativa inicial para a safra catarinense 2024/25 de feijão (1ª safra) é de um crescimento de 3,56% na área plantada, na comparação com a safra anterior. A produtividade média esperada também deverá crescer, chegando a 1.924 quilos por hectare, crescimento de 11,34%. Com isso, é esperado um aumento de 15,31% na produção, que deve chegar a aproximadamente 55,5 mil toneladas. Atualmente, o feijão está em período inicial de semeadura no Estado.

Milho

Os preços médios estaduais, recebidos pelos produtores catarinenses no mês de agosto, tiveram um movimento de elevação nas cotações, na comparação com o mês de julho. A alta foi de 2,4%. Na comparação do preço médio de agosto com o praticado nos 10 primeiros dias de setembro, a tendência altista se manteve, com uma variação de 0,4%. Para a safra 2024/25 de milho (1ª safra), a Epagri/Cepa estima uma redução de 9,32% na área plantada. A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 23,93% e chegar a 8.460 quilos por hectare. Assim, é esperado um aumento de 12,28% na produção total catarinense, que deve chegar a 2,3 milhões de toneladas de milho.

Soja

No mês de agosto, os preços da soja no mercado catarinense voltaram a cair. Na comparação com o mês de julho, o preço médio estadual recebido pelos produtores teve uma variação negativa de 3,13%, o que fez com que a média mensal de agosto fechasse em R$121,83 a saca de 60 quilos. Nos primeiros 10 dias de setembro, é possível perceber um movimento altista de 2,63% na comparação com o preço médio de agosto.

A safra catarinense de soja 2024/25 começa a ser plantada no próximo mês e, segundo as estimativas da Epagri/Cepa, a área plantada deverá crescer 1,78%, na comparação com a safra anterior. Para a produtividade média, a expectativa é de um incremento de 10,80%, ou seja, 3.820 quilos por hectare. Com isso, a expectativa é que o Estado tenha um aumento de 12,77% na produção total, que deve chegar a cerca de 2,9 milhões de toneladas de soja (1ª safra).

Bovinos

Nas primeiras semanas de setembro, o preço médio estadual da arroba do boi gordo apresentou alta de 1,3% em relação ao valor registrado no mês anterior. Por outro lado, quando se leva em consideração o valor recebido pelos produtores em setembro de 2023, registra-se queda de 1,1% (valor real, corrigido pelo IGP-DI). Os preços de atacado da carne bovina, por sua vez, apresentaram queda de 0,7% em relação ao mês anterior, mantendo a tendência predominante desde o início de 2023. Na comparação com setembro de 2023, verifica-se queda de 4,9% no período (valor corrigido).

Frangos

Santa Catarina exportou 69,9 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em agosto, quedas de 32,3% em relação aos embarques do mês anterior e de 28,8% na comparação com os de agosto de 2023. As receitas foram de US$141 milhões, quedas de 31,5% em relação às do mês anterior e de 31,9% na comparação com as de agosto de 2023. No acumulado de janeiro a agosto, Santa Catarina exportou 736,4 mil toneladas, com receitas de US$1,42 bilhão, alta de 0,5% em quantidade, mas queda de 10,5% em receitas na comparação com os valores acumulados nos oito primeiros meses do ano passado. O Estado foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango no período de janeiro a agosto de 2024.

Suínos

Santa Catarina exportou 61,9 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em agosto, quedas de 15,0% em relação ao montante do mês anterior e de 0,6% na comparação com os embarques de agosto de 2023. As receitas foram de US$150,3 milhões, queda de 14,1% na comparação com as do mês anterior, mas alta de 2,4% em relação às de agosto de 2023. Em termos de receitas, esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, atrás apenas das registradas em julho de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, o Estado exportou 466 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,07 bilhão, alta de 6,9% em quantidade, mas queda de 0,4% em receitas na comparação com o mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 57,6% das receitas e por 55,7% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

Leite

No primeiro semestre de 2024, as indústrias brasileiras inspecionadas adquiriram 12,049 bilhões de litros de leite cru, 2,1% a mais do que a quantidade adquirida no primeiro semestre de 2023. Entre os seis principais estados produtores, houve decréscimo no volume adquirido no Rio Grande do Sul e em São Paulo e aumento em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Essa heterogeneidade de comportamento entre os principais estados produtores não é recente: no período 2014 a 2023, por exemplo, apenas Santa Catarina e Paraná tiveram aumento na quantidade adquirida.

O preço médio pago aos produtores catarinenses (ao se levar em consideração as principais regiões produtoras) caiu 13 centavos de julho para agosto. Já na comparação de setembro com agosto, houve acréscimo de oito centavos, ou seja, ficou em R$2,66 por litro. Com o desempenho da produção nacional aquém do esperado e condições climáticas adversas em grande parte do país, a tendência é de novo aumento nos valores em outubro.

Clique AQUI para acessar a íntegra do Boletim Agropecuário do mês de setembro.

Saiba como está o andamento das safras de arroz e feijão em SC

O andamento das safras de arroz e feijão, em Santa Catarina, é o tema do 17º episódio do Pense Agro, que foi ao ar nesta semana. O Estado é privilegiado quando se fala da dobradinha mais tradicional do cardápio dos brasileiros, já que produz ambos.  Para saber sobre as tendências de área plantada, produção e produtividade dos dois produtos, além das perspectivas para a safra 2024/2025, os analistas de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão e João Alves, foram os entrevistados do episódio. Continue reading “Saiba como está o andamento das safras de arroz e feijão em SC”

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