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24/04/2025 | Institucional

Pecuária no inverno: manejo de pasto, ajuste nutricional e planejamento são pilares para a boa produção de leite

No inverno, produtores catarinenses preparam pastagens nutritivas e manejam o gado leiteiro seguindo as orientações da Epagri para otimizar a produção e aproveitar a alta demanda do mercado. Por Epagri

Entre março e abril o produtor começa a preparar o pasto que será ofertado ao gado durante os meses mais frios, período crucial para a pecuária leiteira. No inverno, a produção e a demanda aumentam. Neste cenário, Santa Catarina, quarto maior produtor de leite do Brasil, tende a manter bons níveis produtivos, principalmente pela qualidade de seus pastos.

Manejo correto da pastagem fornece alimento nutritivo para os animais e diminui os custos de produção (Foto: Aires Mariga / Epagri)

 

Assim, a paisagem das propriedades vai se modificando e aveia, trigo forrageiro, centeio e azevém começam a crescer sobressemeados por entre as pastagens perenes de verão, como o Tifton 85 e o Capim-Pioneiro. Segundo Jonas Marcelo Ramon, extensionista rural da Epagri em São Miguel do Oeste, estas pastagens podem ser classificadas como rações verdes, porque possuem mais de 20% de proteína bruta e fornecem aproximadamente 70% de energia para os animais.

Por seu alto valor nutritivo, estas forrageiras são importantes aliadas dos criadores de gado de leite ou de corte. Por isso, é fundamental que o manejo seja realizado corretamente para que os animais não fiquem sem pasto durante o inverno. Além da sobressemeadura, técnica que permite aumentar em até 30% a produção de pastagens, outros cuidados podem ser adotados. Jonas orienta os produtores a monitorar o controle de entrada e saída dos pastos, garantindo que as alturas variem entre 25 a 30 centímetros na entrada e 10 a 12 centímetros na saída. 

As pastagens também não devem ser implementadas de uma só vez: “Por exemplo, o produtor que vai plantar seis hectares de pastagens de inverno precisa fazer isso em pelo menos três épocas. Planta no final de março dois hectares, dali a 15, 20 dias, planta mais dois hectares e depois de 30, 40 dias, mais dois hectares, como uma espécie de escadinha na oferta forrageira, se não, passa do ponto tudo junto e acaba perdendo. O segredo é fazer cinco, seis, sete cortes nas pastagens de inverno e fazer a implantação mais cedo”, explica o extensionista. 

 

Sementes e qualidade do solo fazem a diferença

Jonas Epagri salienta que os produtores devem adquirir sementes fiscalizadas e certificadas, que passaram por testes de pureza e germinação. Outro aspecto a ser observado é a qualidade do solo, que deve repor nutrientes para a boa produção de pasto. Ele avalia que “quanto maior a produtividade, mais nutrientes são necessários. A forma mais viável, rentável e sustentável de realizar esta reposição é fazer com que os animais permaneçam o maior tempo possível nas pastagens, por meio de um sistema de piqueteamento. Com isso, os animais permaneçam pelo menos 20 horas nos piquetes e depositem urina e esterco, repondo parte dos nutrientes”. 

No que se refere à alimentação dos animais, é fundamental que ela seja ajustada para o inverno, incorporando concentrados energéticos para suprir suas necessidades nutricionais durante esta estação. Jonas Ramon conta que costuma indicar uma mistura que inclui 80 quilos de milho, 15 quilos de grão de soja, quatro quilos de mineral e um quilo de tamponante para equilibrar o gasto energético e o consumo de proteínas para aumentar a produção de leite.

A Epagri preconiza a criação bovina à base de pasto, visando melhorar a qualidade do leite e baixar os custos de produção. Nos casos em que a oferta de forrageiras não é suficiente, é indicado o uso de silagem de grama ou milho para complemento da alimentação. 

 

Planejamento é a chave

Jonas enfatiza que “o inverno é um momento de ganhar dinheiro”. Isso porque o pico de produção leiteira acontece nos meses de maio e junho, sobretudo devido ao bem-estar animal promovido pelas temperaturas mais baixas, que não ocasionam estresse calórico nas vacas leiteiras de raças como Jersey e Holandesa, que sofrem com esta condição em temperaturas acima dos 21ºC. O extensionista explica ainda que “o inverno facilita muito a reprodução, por isso, temos recomendado e trabalhado com propriedades que concentram os partos e as inseminações para os meses de julho e agosto”. 

Por esta razão, este é um bom momento para o produtor planejar a gestão e realizar o controle de custos para aproveitar o incremento na produção e a forte demanda do mercado.

 

Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc

 

Mais informações e entrevistas
Jonas Marcelo Ramon, extensionista rural: (49) 99103577

 

Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de Comunicação da Epagri: (48) 3665-5407/99161-6596

 

Confira no vídeo a avaliação de diferentes cultivares para pastagem de inverno:

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