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27/03/2023 | Mercado Agropecuário

Safra de alho superou 16 mil toneladas, mas preço segue em baixa

Em fevereiro de 2023 foram  importadas 13,09 mil toneladas de alho, redução de 12,20% em relação ao mês de janeiro Por Marcionize Elis Bavaresco

A safra de alho catarinense está em fase de comercialização e um desafio aos produtores é o preço, que está em patamares abaixo do custo de produção estimado para o Estado. Conforme dados do Projeto Safras, do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), a área plantada com alho na safra 2022/2023 foi de 1.490 hectares, com produção de aproximadamente 16,2 mil toneladas. 

A produtividade ficou em torno de 10,9 mil quilos por hectare. Conforme dados disponíveis no site do Observatório Agro Catarinense, essa produtividade é superior ao registrado nas últimas oito safras. 

Colheita de alho
Colheita do alho ocorre, majoritariamente, em novembro e dezembro

Os preços pagos aos produtores em fevereiro tiveram uma redução em comparação com janeiro. O alho classes 2 e 3 passou de R$4,68/kg para R$3,90/kg, redução de 16,66%. As classes 4 e 5 tiveram  preços médios  pagos  ao  produtor  de  R$6,94/kg,  redução  de  17,57%.  As  classes  6  e 7  foram comercializadas a R$9,00/kg, redução de 15,73%. Esses são os menores preços pagos aos produtores desde que a Epagri/Cepa faz o monitoramento do mercado, que começou em dezembro de 2019. Os números, mês a mês, estão publicados no Observatório.

Mercado

Apesar  do  aumento  da  produtividade em comparação com as últimas safras, a redução na  área plantada impactou a participação do estado na produção nacional. Nos últimos anos, a área foi de 2.406 hectares na safra 2018/2019 para 1.490 hectares na safra de 2022/2023, redução de 38,07%. Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Jurandi Gugel, a redução na área plantada é decorrente do baixo retorno econômico que a cultura tem alcançado nos últimos anos. 

Ele também explica que as importações registradas oficialmente não parecem ter originado a queda de preços. Isso porque, em  fevereiro de 2023  foram  importadas  13,09 mil  toneladas  de  alho, redução  de  12,20%  em relação ao mês de janeiro. Comparado ao mês de fevereiro de 2022, a redução foi de 5,75%. “Como se pode observar, o ano de 2022 foi o de menor importação dos últimos anos, puxado pelo aumento da  produção  interna,  pelo  câmbio  favorável,  pelo  alto  custo  do  frete  internacional  e  por  uma  melhor aceitação do alho nacional pelo consumidor brasileiro”, afirma Jurandi.

Porém, se as importações não foram o principal motivo dos preços baixos pagos aos produtores, a conjuntura internacional não aponta para uma recuperação significativa nos próximos meses. Segundo o analista, a  Espanha,  importante  exportadora do produto,  está  com  as  vendas  lentas  e  estoques  maiores  do que  no  ano  passado devido à estagnação da demanda na Europa. Na China, há quantidade importante de alho refrigerado da última safra, situação que tem interferido no preço do produto e pode se agravar com a nova safra chinesa que se inicia em junho. Nos Estados Unidos, há excedente de alho ofertado, especialmente, pela Argentina e pelo Peru.

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