Influenza aviária: Santa Catarina une forças para impedir entrada da doença
Com a confirmação de focos recentes de influenza aviária no Uruguai e na Argentina, Santa Catarina está incrementando as ações de prevenção e vigilância para impedir a entrada da doença no estado. Na última quarta-feira (22), o Comitê Estadual de Sanidade Avícola se reuniu para tratar da situação. Foi apresentada uma atualização sobre focos em países vizinhos, sendo que o Brasil continua sem registro de casos da doença.
Participaram da reunião, realizada virtualmente, o secretário estadual da Agricultura, Valdir Collato, e a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, acompanhados de seus quadros técnicos, além de representantes da Epagri, do Instituto de Meio Ambiente (IMA), de órgãos federais, como a Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de SC e a Embrapa. Órgãos como Instituto Catarinense de Sanidade Animal (Icasa), Sindicato da Indústria de Carnes (Sindicarne) e Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) representaram o setor produtivo.
Alto risco para as aves
A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é considerada uma doença de alto risco para aves quando causada por subtipos de vírus altamente patogênicos. “Nestes casos, caracteriza-se como uma doença grave, de notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal, acarretando em barreira sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo e em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial”, detalha o médico-veterinário Vagner Portes, Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Epagri.
A doença nunca foi registrada em Santa Catarina. Nos países em que a gripe aviária foi registrada, houve mortalidade de aves silvestres e grandes perdas para o setor avícola. Carolina Damo, uma das coordenadoras estaduais do programa de sanidade avícola na Cidasc, informou na reunião do Comitê que desde meados do ano passado a companhia se articula com órgãos ambientais para fazer a vigilância passiva das aves silvestres, que podem transmitir a doença ao migrarem de regiões onde o vírus está presente.
Ação coordenada
O secretário Valdir Collato informou que está em contato o Rio Grande do Sul e o Paraná para que os três estados possam trabalhar juntos na prevenção da doença. A avicultura é uma atividade econômica importante na região, sobretudo em Santa Catarina, segundo maior produtor do país.
A equipe da Cidasc está reforçando campanhas informativas e o trabalho de educação sanitária junto aos produtores. Diversos treinamentos estão sendo realizados em todas as 19 regionais para os médicos veterinários oficiais.
O gerente executivo do Sindicarne, Jorge Luiz de Lima, classificou a estrutura de vigilância sanitária de Santa Catarina de “robusta”. Ele relatou que a entidade tem reforçado junto aos produtores as orientações da Cidasc: reforçar o telamento de aviários, impedindo contato dos animais com aves de vida livre, e limitar o acesso de pessoas à granja.
A Epagri está orientando seus empregados sobre as medidas de prevenção da doença para repassar aos produtores catarinenses.
VEJA COMO EVITAR A TRANSMISSÃO DA INFLUENZA AVIÁRIA:
A influenza aviária é causada por um vírus que pode ser transmitido por ar, água, alimentos, materiais, contato com aves doentes e pessoas contaminadas. Ela é mortal para as aves e pode causar grandes prejuízos econômicos. Por ter potencial zoonótico, também pode contaminar humanos.
Para prevenir a entrada e o alastramento da doença em SC, a Cidasc recomenda:
– Evite o contato de pessoas estranhas com as aves da sua propriedade;
– Evite o contato das suas aves com as aves de vida livre;
– Mantenha suas aves em área restrita, deixando a comida e a água em local protegido, sem acesso de aves de vida livre;
– Comunique a Cidasc caso perceba sinais nervosos, respiratórios e digestivos em suas aves, ou ainda o aumento de mortalidade nas suas aves ou nas aves de vida livre;
– Em caso de dúvidas, procure a Cidasc do seu município ou ligue 0800 643 9300.
Confira as recomendações da Cidasc: